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                Livro

E a Vida Continua

 

— Este livro apresenta o retrato espiritual da criatura ao desencarnar e demonstra que a vivência dos habitantes no Além está relacionada com sua condição mental.
Em 26 capítulos, numa linguagem romanceada, relata a história de personagens reais que, desencarnados, deparam-se com a assistência caridoso de amigos espirituais. Estes os incentivam à renovação pelo estudo e trabalho, preparando-os para rever sua vida e desvendar as tramas do passado, permitindo-lhes traçar novas diretrizes de conduta na senda evolutiva de todos os seres.
Esta obra ensina-nos a prática do auto-exame na certeza de que a vida continua além da morte, ajustada às leis de Deus, plena de esperança e trabalho, progresso e realização.
Já no “Prefácio” o Espírito Emmanuel informa que os personagens citados são reais, “cujos nomes foram naturalmente modificados, para não ferir corações amigos na Terra”.

PERSONAGENS E TERMOS POUCO USADOS
A título de colaboração, registraremos abaixo de cada capítulo os nomes dos personagens, informando inclusive a página onde são mencionados pela primeira vez, colocando a seguir, entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, acrescentando pequenas notas biográficas.
Também logo abaixo do respectivo capítulo, e ainda como colaboração, estaremos dando o significado ou origem de alguns termos pouco usados, que eventualmente ali aparecem, inclusive citando a(s) respectiva(s) página(s).
Antes, vamos tecer alguns dados sobre o Autor Espiritual:
ANDRÉ LUIZ - é Autor Espiritual da abençoada série “A Vida No Mundo Espiritual”, composta de 13 (treze) obras. Ao desencarnar, permaneceu no Umbral por oito anos. Recolhido ao “Nosso Lar” (Cidade Espiritual acima do Rio de Janeiro), depois de algum tempo, por méritos, obteve permissão para repassar para o plano físico os aprendizados que colheu.
E assim, sob a tutela do Espírito Emmanuel e outros benfeitores espirituais, aproximou-se do médium Francisco Cândido Xavier. Daí iniciou sublime apostolado educativo-moral, repassando-nos lições de grande utilidade para a nossa caminhada evolutiva.


 

 

SINOPSE - Capítulo a capítulo
Cap 1 – Encontro Inesperado – Abrindo a leitura é-nos ofertada a apresentação da personagem principal da obra: a jovem senhora Evelina Serpa, internada numa estância climática de repouso (Poços de Caldas/MG), pois há algum tempo sofreu aborto terapêutico e logo após, bastante enferma, aguarda intervenção cirúrgica, para breve. Seu estado de saúde é grave e somente a cirurgia acena com perspectivas positivas. O marido não lhe tem mais afetividade, inclusive é amante de jovem solteira, inteligente e vivaz. É na estância climática que vem a conhecer um homem (Ernesto Fantini), mais velho que ela, com o qual estabelece empatia, de pronto, tornando-se amigos, e mais que isso, confidentes. Assim como ela, Ernesto também é enfermo grave e com o mesmo diagnóstico...
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EVELINA dos Santos Serpa/11 (e) – Filha única, 26 anos. Órfã de pai aos dois anos. Casada, enferma, aguarda cirurgia para enfermidade grave.
Dr CAIO Serpa/12 (e) - Marido de Evelina. Advogado, 30 anos. Tem amante.
ERNESTO Fantini/14 (e) – Doente. Casado. Também aguarda cirurgia para enfermidade insidiosa e rara, semelhante à de Evelina.
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crisíaca/12 = (adjetivo) - situação de crise, alteração sobrevinda no curso de uma doença;
tálamo/13 = (subst.masc.) - leito conjugal;
à matroca/15 = (loc.adv.) – ao acaso; à toa; de qualquer maneira;

Cap 2 – Na porta da intimidade – Em caminhada descontraída nas dependências da clínica, Ernesto passeia com Evelina e transmite-lhe muitos conceitos filosóficos sobre a morte...
Ele estuda obras espiritualistas e ela é católica, devotada. Entre ambos desponta amizade profunda e respeitosa — têm grande afinidade. Há interessante comparação entre o homem encarnado e uma charrete, puxada por cavalo e manobrada por cocheiro: a charrete seria o nosso corpo físico, o animal o corpo espiritual (o perispírito, que modela e sustenta a vida física) e o cocheiro, o Espírito.
Sobressai do capítulo o respeito devido a todas as religiões. Conhecendo-se há pouco tempo, entre os dois desponta certeza vaga, íntima, de que já tinham se encontrado, sem contudo atinar onde e quando...
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desfastio/20 = (subst.masc.) – falta de fastio, apetite – bom humor, jovialidade;

Cap 3 – Ajuste amigo – “O suicídio e o crime são atos de delírio”, proclama Ernesto a Evelina, em tom algo misterioso. Ela, por sua vez, sente-se responsável indireta pelo suicídio de Túlio, antigo namorado e por isso passa a sofrer complexo de culpa. Declara que a “confissão” não ofertou-lhe a paz buscada... Ernesto deixa entrever que também ele carrega problemas graves... Prossegue o diálogo fraternal entre os dois, versando sobre a vida após a morte (inclusive Ernesto cita Shakespeare: Os infelizes não possuem outro medicamento que não seja a esperança, a propósito da dúvida de Evelina se após a morte pode-se reencontrar as pessoas queridas...). Ambos prometem que se morrerem procurarão reencontrar-se “na outra vida”, se Deus permitir.
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TÚLIO Mancini/26 (d) – Foi noivo de Evelina. Evelina tem como certo que ele cometeu suicídio quando ela o deixou e se casou com outro (Caio Serpa).

Cap 4 – Renovação – A idéia da morte, muitas vezes, toma conta da mente do enfermo às vésperas de cirurgia, bem como uma série de pensamentos para aplicação na vida, caso sobreviva...
Sabendo que Evelina passaria por cirurgia grave, que segundo os médicos tinha poucas chances de ser exitosa, Caio, o marido, não obstante ter uma amante se desdobra em carinhos e bastante atenção para com a esposa. De fato, concluída a cirurgia (ablação de tumor), os médicos informam ao marido que a paciente tinha apenas poucos dias de vida... Atendendo pedido da esposa, o marido leva-a a passeio no local preferido de ambos nos tempos do namoro e noivado; lá (no bairro Morumbi/SP), comovido, experimenta remorso da sua infidelidade. Ao beijá-la com sofreguidão, simultaneamente com ternura, repassa à esposa a impressão de sentir por ela imenso amor, deixando-a plena de ventura. No dia seguinte a paciente teve crise. Na madrugada, morreu.
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BRÍGIDA/34 (e) – Mãe de Evelina.
AMÂNCIO/34 (e) – Marido de Brígida (padrasto de Evelina).
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perlaram-lhe/33 (lágrimas na face) = (verbo) – dar forma ou aparência de pérola; tornar como que revestido de pérolas;
repiquetes/34 = (subst.masc.) – ladeira íngreme; (...); [bras. = recaída de doenças]

Cap 5 – Reencontro – A paciente desperta num quarto espaçoso, com duas janelas mostrando o céu. Não consegue explicar a amnésia que a visita e que a custo vai sendo eliminada, com lembranças fugazes: volta no tempo; revê toda a sua vida; vê o pai, que morrera quando ela tinha dois anos; após, vê-se flutuando sobre o próprio corpo; depois, sono invencível... Logo pensa nos familiares e não entende porque nenhum estava ali. Sente-se completamente saudável. Nenhuma dor, contudo, identifica-se num hospital. Sente fome. Chama a enfermeira e solicita a presença do seu marido. Recebe a visita de um médico que a informa de que não seria oportuno reencontrar parentes por agora, pois estava em “assistência de ordem mental”. O médico recomenda que não se fixasse, nem nos parentes, nem na doença, pois isso provocaria recidiva dos respectivos sintomas. Solicita um livro sobre Jesus e recebe o Novo Testamento. Testando a veracidade da recomendação médica, relembra do marido, dos pais e da doença, cujos sintomas, dolorosos, de verdade retornam em minutos. É prontamente atendida pela enfermeira e pelo médico que, sem reprimendas, socorrem-na com calmantes e injeção que ele próprio aplica, em determinada região da cabeça (!). A paciente repousa longas horas e alimenta-se ao acordar. Fica uma semana em repouso total. Vai ao pátio, em passeio, onde pessoas desconhecidas se encontravam em conversação alegre. Foi agradavelmente surpreendida em reencontrar-se com aquele senhor com o qual conversara, nas termas de Poços de Caldas...
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Irmã ISA/39 (d) – Enfermeira em uma dependência do “Instituto de Proteção Espiritual” (instituição hospitalar de uma cidade espiritual, destinada a atender Espíritos desencarnados).
NOTA: A partir deste ponto nomearemos esse Instituto pelas iniciais “IPE”.
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atreita/43 = (adj.) – sujeita a; propensa;

Cap 6 – Entendimento fraternal – Os dois Espíritos recém-desencarnados (Evelina e Ernesto) reencontram-se no mesmo ambiente da Espiritualidade e comentam desconhecer há quanto tempo estão ali, julgando ser uma instituição hospitalar psiquiátrica... Há um natural ressentimento pela ausência de familiares, os quais não podem visitá-los e nem deles receber notícias... Onde estão internados há uma piscina contendo “água tenuíssima”, para tratamento hidroterápico obrigatório, sendo os banhos medicinais sempre precedidos de raios à cabeça. Isso, em todos os “doentes”... Aliás, todos eles apresentavam melhoras sensíveis após a imersão naquelas águas.
Uma paciente entra em crise, por saudades de familiares e é atendida bondosamente.
Os dois internos interrogam uma paciente há mais tempo ali, solicitando-lhe informações sobre aquele estranho local, a qual lhes diz que alguém já comentou que “ali todos estão mortos e que já não mais habitam a Terra...”. Tal resposta causa mal-estar aos dois Espíritos que fizeram a pergunta.
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chasquear/49 = (verbo) – dizer chascos a; zombar de; escarnecer;

Cap 7 – Informações de Alzira – Outras perguntas à mesma paciente ficam sem resposta, pois ela própria abriga muitas dúvidas. Ante a suspeita de que ali seja um manicômio a paciente informa que não é: na verdade, é uma cidade com cerca de cem mil habitantes, existindo residências, escolas, instituições diversas, templos, indústrias (?), veículos, distrações... Nessa cidade os prédios são como que talhados em jade, cristal e lápis-lazúli. A paciente narra visita que fez a uma casa de família desconhecida para ela, onde ouviu música, ao piano, mas passou mal ao saber que aguardavam alguém... vinda da Terra (pois que então ela não estava na Terra?). Paira no ar a suspeita de que ali todos vivem uma outra vida, eis que há padres que, simultaneamente, são médicos, professores, cientistas e operários. Todos prestam serviços de socorro espiritual, em nome de Jesus.
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ALZIRA Campos/53 (d) – Paciente internada no “IPE” e que há dois meses “espera pela alta”...
Irmã LETÍCIA/53 (d) – Enfermeira no “IPE”.
Irmão NICOMEDES/56 (d) – Dono da casa visitada por Alzira. É pianista. Reside com a filha.
CORINA/56 (d) – Filha de Nicomedes. Aguarda a chegada da mãe, que desencarnará breve.
Celusa TAMBURINI/58 (d) – Internada no “IPE”. Tem consciência da sua desencarnação.
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lápis-lazúli/56 = (subst.masc.) – pedra azulada, azulite; [lazurita = mineral azul-ultramar];

Cap 8 – Encontro de cultura – Evelina e Ernesto, internados no “IPE”, ainda não se convenceram de que não mais estão no mundo material, a despeito das preciosas informações recebidas sobre telepatia, ali corriqueira, entre afins. Baseiam essa descrença no fato de verem árvores e flores e da não-visita dos parentes desencarnados (avós). Por isso, não acreditam que “estejam mortos”. Além do mais, questionam “quem paga a conta?" da sua internação ali.
Assistem a um “encontro de cultura espiritual”, sob o tema “Da existência na Terra”, no qual são abordadas questões referentes à matéria e os átomos, energia e luz, além de reflexões sobre a evolução do Espírito, com base na fé e na reencarnação. Por fim, lição clara sobre a morte, sendo esclarecido de que “cada individualidade, após largar o carro físico, encontrará emoções, lugares, pessoas, afinidades e oportunidades”, conforme vivenciou a existência terrena..
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Irmão CLÁUDIO/63 (d) – Mentor no “IPE”. É ele quem realiza a conferência no encontro.
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escabelo/61 = (subst.masc.) – banco com espaldar, comprido e largo;

Cap 9 – Irmão CLÁUDIO – Explicações lógicas sobre a vida física e a vida espiritual: a matéria densa se resume a energia radiante condensada e dia chegará em que o homem compreenderá que a matéria é luz coagulada – substância divina, sugerindo a presença de Deus. O Plano Espiritual pode ser chamado de “outra vida”, “outro lado”, “região extrafísica” ou ainda “esfera do Espírito”, contudo apresentará aos que nele habitam impressões de acordo com seus recursos sensoriais.
Tanto quanto na Humanidade, no Plano Espiritual há infinitos graus de inteligência e de conduta moral, havendo locais compatíveis para cada categoria de Espíritos que lá aportam pela morte física.
NOTA: À época da primeira edição (1968) consta que aproximadamente 150.000 pessoas morriam por dia, na média flutuante de 100 por minuto. Decorrente desse fato, o Autor espiritual declara ”nada fácil padronizar as situações dos Espíritos desencarnados”.
Quanto às construções do Plano Espiritual, elas ocorrem também pela ação humana (projeção temporária das criações mentais), dessa forma utilizando matéria em outras condições.
Espíritos que quando encarnados foram católicos fervorosos, mantendo-se no Plano Espiritual descrentes da desencarnação são respeitados, mas submetidos a tratamento especializado, visando auxiliá-los à compreensão da continuidade da vida.

Cap 10 – Evelina Serpa – No “IPE” existem atendentes, fichários, arquivos e até aparelhos diversos para registro do pensamento (!). Ali, os pacientes recebem proteção, cobertura socorrista e depois, reajustamento, se necessário. As palestras, entre o psiquiatra e o analisado são filmadas, pois pelas perguntas deste são providenciadas as adequadas condições de permanência dele no mundo espiritual. Alerta vigoroso é feito quanto à realização de cultos religiosos (preces, cânticos, novenas e rituais litúrgicos) sem a vivência dos ensinos de Jesus. No Instituto os atendidos são analisados, fichados e a partir daí serão acompanhados em suas atividades e procedimentos.
Evelina, diante de irrecusáveis comprovantes, rende-se por fim à realidade: já não mais está no plano terreno. Essa realidade é-lhe reforçada ao pensar em Jesus, “o sublime morto”. Ela, então, narra fatos graves da sua última existência terrena.
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Instrutor RIBAS/76 (d) – Médico, psiquiatra, em atividade no departamento assistencial do “IPE”.
Irmão TELMO/76 (d) – Atendente no “IPE”.

Cap 11 – Ernesto Fantini – São dadas explicações sobre a perda transitória da memória das vidas passadas, imediatamente após o nascimento na Terra ou logo após a morte. Aliás, a reencarnação dos Espíritos ainda não sublimados desponta como recurso inevitável ao progresso moral.
“A Justiça Eterna funciona na consciência de cada criatura, determinando que a responsabilidade seja graduada no tamanho do conhecimento”. No Plano Espiritual o Espírito ainda não evoluído manterá a identificação da última existência física (nome, imagem, idade, etc).
O culpado, mesmo sendo culto, após a desencarnação, se demorará em ambiente infeliz, mas ao qual voluntariamente se prende, por afinidade com quantos lá estejam e com os quais vivenciará angústias e tormentos. Tal é o mecanismo das Leis Divinas. Todos nós, após a desencarnação, temos oportunidade de sermos levados a cursos preparatórios de entendimento, visando reencontro e reajustes com aqueles aos quais magoamos...
Num assassinato, a vítima (o desencarnado) esteve a fustigar o criminoso (encarnado) por vinte anos, até que tal criminoso desencarnasse também. Esse criminoso é Ernesto Fantini...
Um Espírito mentor faz leve referência de semelhança dessa culpa, dele próprio...

Cap 12 – Julgamento e amor – Nos arredores da cidade-lar onde se localiza o “IPE” estão acomodados milhares de Espíritos infelizes, porém devidamente assistidos pelo Amor Divino. No “Templo da Nova Revelação”, consagrado ao culto a Jesus, Ernesto e Evelina e muitos outros hóspedes daquela cidade de regeneração e refazimento ouviram a comovente e ilustrativa palestra de um bondoso sacerdote, comentando o auto-encontro do Espírito, após a morte:
- todos os títulos ou disfarces terrenos desaparecem no Plano Espiritual e é assim que ali cada Espírito se mostra como é na verdade, revelando-se por si;
- atitudes e palavras põem a descoberto os sentimentos e os pensamentos que abrigamos;
- muitos são os Espíritos que, não mais necessitando da reencarnação, volvem ao plano físico para auxílio ao próximo, e não para resgate.
NOTA: Essa informação é um verdadeiro alerta para que ninguém, diante de alguém em reencarnação aparentemente de sofrimento regenerativo, de pronto diagnostique ser expiação, pois pode estar diante de um heróico Espírito, missionário...
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rancho/93 = (subst.masc.) grupo de pessoas em passeio, marcha, jornada ou trabalho
liliácea/93 = (subst.fem.) planta de uma só folha embrionária, geralmente muito longa e flores de seis pétalas. Exemplos de algumas espécies de liliácea: lírio, flor-de-maio, tulipa, etc.

Cap 13 – Tarefas novas – Caravaneiros da “cidade-lar”, sob direção de Cláudio, do “Instituto de Ciência do Espírito” realizam visita semanal às regiões infelizes, para levar assistência aos Espíritos ali estacionados. Ernesto e Evelina, como convidados, fazem parte dessa caravana. São densas e sombrias aquelas paragens. Nelas estão milhares de moradores, todos desequilibrados, embora muitos deles sejam de vigorosa inteligência, mas são pervertidos. Obtemos neste capítulo noções claras sobre as Leis da Vida e o livre-arbítrio: causa e efeito, ação e reação — Justiça Divina —, com exemplos fortes da vida, no Plano Espiritual, daqueles que se fixaram no orgulho, no egoísmo, na simulação, no gozo das honrarias, das paixões e das mordomias terrenas. Mas, gloriosamente, alguns dos habitantes dessas planícies umbralinas são Espíritos sem tal débito, que nelas permanecem residindo, para ajudar a familiares ou amigos transviados. São heróis da caridade!
Espíritos arrependidos de seus erros requerem nova reencarnação com dificuldades limitativas (defeitos físicos, barreiras mentais, etc).
Ocorre pungente encontro de dois Espíritos enredados por passado infeliz (Evelina e Túlio).
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AMBRÓSIO e PRISCILA/101 (d) – Casal de guardiões na fronteira da “cidade-lar” com zonas infelizes.
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debuxava/106 = (do verbo debuxar = fazer o desenho de) – desenhava

Cap 14 – Novos rumos – No Plano Espiritual a telepatia se instala espontânea entre Espíritos afins.
Um Espírito perturbado (Túlio), tido por encarnados como suicida, na verdade foi assassinado (por Caio) e mantinha firme propósito de vingança. Foi atendido bondosamente por assistentes espirituais, mas tinha idéia fixa na ex-noiva (Evelina); a sensualidade desse Espírito levou-o a assediá-la, ao reencontrá-la no Plano Espiritual, também desencarnada. Evelina quase se envolveu, mas foi protegida em razão da sua disciplina moral e pelo poder da oração, que neutralizou tal agressão enfermiça, equivocadamente tida por Túlio à conta de paixão.
NOTA: Destaco aqui, aos doutrinadores nas reuniões mediúnicas, a prudente recomendação de que junto a alguém que tenha desencarnado e que o desconheça, tal ilusão não pode nem deve, de pronto, ser desmanchada . O interessante é que aqui, tal prudência-caridade, ocorre justamente no Plano Espiritual.

Cap 15 – Momentos de análise – Diante do desequilíbrio de alguém próximo a nós, nossa consciência precisa ser consultada e ouvida, quanto à possibilidade de termos contribuído para isso...
Para Evelina, auxiliar a regeneração de Túlio é tarefa que marcará sua própria regeneração.
A maioria dos seres humanos transita pelo bem e pelo mal, em momentos pendulares: de pensamentos nobres para impulsos inferiores, de impulsos evolutivos aos vigorosos apelos da retaguarda da animalidade. No sexo, força sublime para a criatividade, encontra-se o homem oscilando da poligamia à monogamia, daí emergindo a necessidade de vigilância moral de cada um, sobre si mesmo. Assim, “o destino é a soma de nossos próprios atos, com resultados certos”.
Aqui são enfeixados oportunos conselhos de como reparar faltas, cometidas principalmente no campo dos sentimentos, ou nos sensíveis domínios do coração... Afinidade ou prejuízo causado a alguém constituem forças irresistíveis de aproximação dos envolvidos.
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ilaquear/124 = (verbo) – enredar; enlaçar; enlear; prender; fazer cair em logro; enganar; embaçar;

Cap 16 – Trabalho renovador – É auspiciosa a informação de que na Espiritualidade há “colégios de estudos preparatórios de mais altas ciências do Espírito”, versando sobre: evangelização, reforma íntima, sintonia mental, afeição, agressividade, autocontrole, obsessão, reencarnação.
Recebem tais conhecimentos os Espíritos que se mostrem dispostos à renovação.
No hospital para tratamento de enfermos da alma há compartimentos para eles, construídos com material isolante de vibrações menos dignas.
Desencarnado, um Espírito que providenciara recursos para a sobrevivência doméstica da sua família, caso ele faltasse, usufruía tranqüilidade quanto a isso, embora visitado pungentemente pela saudade dos familiares. O capítulo nos esclarece que acontece um lugar-comum moral entre os recém-desencarnados: a saudade dos entes queridos, encarnados. Mas, eis preciosas advertências sobre esse fato: entre o desencarnado e aqueles que deixou na Terra levanta-se “o muro das vibrações diferentes” e aí, a saudade, quase sempre, é a companheira daquele que fez a grande viagem; e quando desencarnados retornam pela primeira vez em visita mais ou menos rápida ao cenário terrestre, muitas podem ser as mudanças que vêem e encontram; em alguns casos, grandes são as falências na ordem afetiva, da parte daqueles com os quais conviveu.
Se lições e apelos à melhoria de atitudes não surtem efeito no Espírito desencarnado e fixado em idéias infelizes, um dos remédios mais eficazes é a reencarnação, para novo começo, porém, com dificuldades e desajustes pela frente.
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ELISA e CELINA/131 (e) – Respectivamente, esposa e filha de Ernesto Fantini.
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ditirambos/130 = (subst.masc.) – canto coral de caráter apaixonado; [p.ext. = composição lírica que exprime entusiasmo ou delírio]; poesia dedicada a Baco [Baco: deus do vinho];
abúlico/135 = (adj. e subst.masc.) – que ou aquele que sofre de abulia, que não tem ou quase não tem vontade;

Cap 17 – Assuntos do coração – O verdadeiro amor de casados transforma-os em noivos outra vez, quando distantes um do outro. E isso vale também para a separação pela morte física de um deles. Encontrar o amor ideal é como encontrar ouro ou diamante, após o exaustivo labor nas minas ou no garimpo. Contudo, quando alguém que ama não é correspondido e até mesmo recebe indiferença ou mesmo desafeto, o seu amor unilateral assemelha-se a crédito cancelado, causando mágoa, desencanto, desilusão...
O amor tem base fundamental na afinidade. O casamento supõe afeição, não apenas vida conjugal.
Casamentos a princípio ajustados, mas que logo se tornam em uniões de suplício expõem encontro de duas almas recapitulando lances do passado. O burilamento só acontecerá se houver compreensão, respeito mútuo, trabalho constante e espírito de sacrifício, de uma ou ambas as partes.
Se houver rompimento, com interrupção do processo reparatório, o responsável não terá se livrado do desconforto, senão sim apenas transferido para o futuro a imperiosa necessidade de reconstrução.
Porém, se há amor, aquele que ama prossegue amando e sendo amado, mesmo após a desencarnação, própria ou do cônjuge — ou de ambos. Assim, quando a morte no mundo interrompe a união conjugal de duas criaturas que se amam, essa união pode ser reatada no Plano Espiritual.
Cada reencarnação deve ser considerada como mudança de série, na Escola da Vida.

Cap 18 – O retorno – Somente após dois anos da desencarnação Evelina e Ernesto receberam autorização para retornar ao plano terrestre, para visitar familiares, por vinte e quatro horas. Ela encontra o ex-marido com a amante e sofre com isso, sentindo-se esquecida dele. Essa amante é a mesma de quando ela ainda estava encarnada. O marido (Caio) se mostra irrefletido, sarcástico, infiel e volúvel.
De surpresa em surpresa na visita ao antigo ambiente terreno (cidade de São Paulo), Ernesto reconhece que a sua filha (Vera Celina) é a rival de sua grande amiga (Evelina). Sim: Caio e Vera são amantes há longo tempo.
Os reajustes que a reencarnação oferta são aqui enunciados com sabedoria, lógica e amor.
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VERA Celina/150 (e) – Jovem com a qual o marido de Evelina (Caio) amasiou-se, ao ficar viúvo. É filha de Ernesto Fantini...
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lipotimia/148 = (subst.fem.) – síncope; desfalecimento; desmaio; vertigem;
Balda/151 (de autocrítica) = (adj.) – falha; inútil; carecida;

Cap 19 – Revisões da vida – O retorno (primeira visita) do desencarnado aos familiares quase sempre o surpreende mesmo... O reencontro entre inimigos, sejam encarnados ou desencarnados, traz sempre fortes lições de como os erros saem caro aos que os cometem. Os quadros obsessivos que se instalam a partir de um assassinato são de inimagináveis conseqüências, desastrosas, desequilibrantes e doloridas. Laços que se formam por causa de um crime são inevitavelmente terríveis e de dificílimo desate. Desate esse, que só o perdão pode ofertar.
Lição forte e sempre atual para os pais: não basta atender às necessidades materiais dos filhos — é fundamental ofertar-lhes companhia, apoio constante, amor, enfim.
Ao final do capítulo encontra-se utilíssima lição aos médiuns psicógrafos ou autores, estes, encarnados ou desencarnados: frases desairosas ou de desvario cruel, principalmente com referência a detalhes sexuais, não se detalham numa narrativa; nesse caso, o silêncio deve imperar na escrita, em nome da caridade.
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DEDÉ (Desidério dos Santos)/161 (d) – Ex-noivo de Evelina. Ernesto Fantini matou-o, por ciúmes. Agora Dedé é obsessor de Elisa (a viúva de Ernesto). É fortíssima a vinculação Dedé-Elisa.
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úsnea/162 = (subst.fem.) – gênero de liquens [vegetais] tintoriais; penugem;

Cap 20 – Trama desvendada – A Lei de Ação e Reação tem ação permanente, para todos, em todas as dimensões de tempo e espaço. Ninguém se furta da obrigação de quitar débitos e reconstruir o que tenha destruído. O capítulo expõe o perigo da obsessão consciente e por amor (!).
Novamente é enfatizada a responsabilidade paterna na criação dos filhos, ressaltando-se que não basta o apoio material: muito mais importante é a afeição e o compartilhamento nas várias situações que a vida apresenta.
Há inesperadas revelações neste capítulo, as quais deixo de registrar aqui, para não roubar aos leitores da obra a estonteante surpresa que provocam sobre vinculações de almas...
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AMÂNCIO/168 (e) – Companheiro de caçada de Ernesto e Dedé. Foi o verdadeiro assassino de Dedé.
BRÍGIDA/170 (e) – A esposa de Dedé, com a qual Amâncio se uniu, após matar o marido dela.
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profligava/165 = (do verbo profligar) – lançar por terra; abater, prostrar, destruir, derrotar;
prosápia/166 = (subst.fem.) – progênie, linhagem; altivez, orgulho, soberba;
balázios/168 = (subst.masc.) – balaços; grande bala; tiro de bala;
alimária/170 = (subst.fem.) – animal irracional, cavalgadura, animália; pessoa estúpida e grosseira.

Cap 21 – Retorno ao passado – Informa-nos o Autor espiritual que o mar é fonte de emanações nutrientes a desencarnados enfermos. A evolução espiritual desperta, nos que vão à frente do progresso moral, a deliberação caridosa de regressarem aos palcos nos quais se situam os que eles amam e que ainda se mostram necessitados, assim agindo para prestar-lhes o apoio possível.
Mais uma vez a reencarnação desponta como bênção divina, inapreciada pela maioria das famílias, eis que seus mecanismos proporcionam refazimentos e reajustes sem conta.
NOTA: O capítulo cita a “Praia do Mar Casado”, na cidade do Guarujá. Essa praia oferece um deslumbrante fenômeno natural, diário (talvez há milhões de anos!), que é o mar ser dividido por uma montanha que se ergue a partir da ponta da praia e avança para o mar: a parte dividida das águas do mar faz a volta na montanha, após o que, então, duas praias são formadas, uma anteposta à outra; à maré cheia, as águas de uma praia, vindas do outro lado da montanha, rodeando-a e subindo de nível, vão de encontro às águas da outra praia, ao sopé da montanha, águas essas que por sua vez também sobem de nível e vêm abraçá-las: quando os dois mares “se casam” suas águas transformam a montanha numa ilha. Na maré baixa, desaparece a ilha, de novo teremos montanha e duas praias... No dia seguinte, tudo se repetirá.
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bracaiás/181 = (subst.fem.) – sinônimo de jaguatirica [onça pintada, pequena];

Cap 22 – Bases de novo porvir – Vemos aqui o caso de uma médium que embora lúcida torna-se obsessa, passando a sofrer de “mediunidade torturada” que lhe provoca quadro de enfermidade física sem diagnóstico médico.
Quando alguém subtrai posses de outrem, de forma indevida, ao invés de amealhar bens, na verdade estará contraindo dívidas. E a Lei de Ação e Reação exercerá os ajustes necessários para que o culpado se reabilite, o que acontecerá inexoravelmente, pelo arrependimento ou pelos processos infalíveis da Justiça Divina. Até mesmo um criminoso recebe bênçãos pelo bem que semeia, não obstante sua dívida exigir quitação, pelas Leis de Deus.
Novamente encontramos neste capítulo a narração de uma moratória de vida física, com objetivo de dissolver desequilíbrios e de acomodar adequadamente, em clima de perdão, os envolvidos em crime: réu e vítima.
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Cap 23 – Ernesto em serviço – O capítulo adverte com relação aos desarranjos causados a outrem por aqueles que, sendo titulares de determinados encargos, ostentam tais rótulos (maridos=legendas, pais-legendas, filhos-legendas, administradores-legendas), sem contudo, atender às obrigações inerentes a eles.
É citado o caso de marido que não deixa faltar nada no reduto doméstico, mas se esquece de compartilhar com os problemas da esposa e da educação dos filhos. É que “o dinheiro não faz o serviço do coração”.
Não basta a presença física no lar: importante mesmo é o entrelaçamento espiritual com toda a família, dividindo atenção, dialogando, ouvindo as dificuldades, se alegrando com as vitórias, ajudando a ser encontrada solução para os problemas.
Humildade, humildade: abençoada chave que funciona “com acerto na solução dos maiores enigmas”. É descrito comovente entendimento entre dois desencarnados, um, criminoso, e o outro, a sua vítima. Há séria exortação para os encarnados, relativamente à necessidade imperiosa da tolerância e do perdão, por maior seja a mágoa ou ofensa recebida. O cristão autêntico ama, serve, desculpa.
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baldões/198 = (subst.masc.) – ofensas; impropérios;
comburia/204 = (verbo comburir: queimar; combustar) - queimava;
escalavrado/207 = (adj.) – esfolado, arranhado, golpeado; danificado;

Cap 24 – Evelina em ação – O capítulo encerra proveitosa doutrinação entre desencarnados: a filha (amorosa, lúcida e gentil) esclarecendo o pai, concretado em vingança e obsessivamente fixado na posse da mulher que ama, a qual, acabando de falecer, não pôde ter seu perispírito apartado dos despojos físicos, por férrea imantação desse obsessor ao qual está algemada, fluidicamente.
É de indescritível beleza espiritual o lance da libertação de ambos: obsedada e obsessor, os quais passam a ser assistidos pelos Espíritos bondosos.
E, como simples referência, só ao final deste capítulo, que também já aproxima a obra da sua finalização, é que vemos o Autor espiritual (André Luiz) fazer uma primeira alusão à sua presença em todos os acontecimentos narrados.
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Irmão PLOTINO/208 (d) – Benfeitor em serviço no “IPE”
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ensôfrego/208 = (adj.) – tornado sôfrego; açulado; excitado;

Cap 25 – Nova diretriz – Introspecção. Auto-exame. Balanço da própria existência... Tais as lições que este capítulo nos apresenta. A sugestão é extremamente oportuna, para todos nós. É de grande efeito a influência que um Espírito desencarnado projeta [no caso, Evelina, a ex-esposa, sobre a mente do seu viúvo, Caio, induzindo-o a se casar... com a amante(!), Vera]. E tal indução expõe compreensão e desapego, por parte de quem a realiza, de vez que a intenção é beneficiar os envolvidos na ação.
Tamanha e tanta é a força do amor que em poucos instantes um bom conselho, dado de coração, consegue modificar beneficamente toda uma carreira, até então, de desvarios e irresponsabilidades.

Cap 26 – E a vida continua... – Antes de reencarnar, um Espírito é trazido ao futuro lar, para se harmonizar com aqueles que o receberão como filho. Quando há problemas entre o reencarnante e o pai, aquele não é aproximado deste, pois isso talvez invalidasse o projeto reencarnatório, como, por exemplo, irrompendo aborto “espontâneo”. Na gestação tal reencarnante é mantido em “sono terapêutico”. Isso porque o Plano Espiritual aguarda que após o nascimento no palco terreno e na intimidade do lar, pai e filho aparem as arestas, transformando culpa em resgate, ressentimento em amor.
Detalhe interessante: dois Espíritos que têm diferença de idade entre si reajustam a forma perispiritual, de maneira que mecanicamente harmonizam e equiparam a aparência, em nível de idade.
Notas dão conta das diferentes situações maternas (físicas e mentais) nas gestações, segundo a condição evolutiva do filho que irá nascer: de tranqüilidade ou de dificuldades, de sossego ou de problemas, de ajustamento ou de complicações.
Embora o desenvolvimento fetal em diversos graus represente sono terapêutico para o reencarnando, nem sempre este passa pela inconsciência total.
NOTA: Como fecho de tantas sublimes lições, o capítulo demonstra que decididamente não há o “acaso”, particularmente nos casos de filhos adotivos, vez que a adoção apenas cumpre programação espiritual. E, como sempre, a benefício dos envolvidos.
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MARIANA/237 (e) – Casada, pobre, tuberculosa, mãe de quatro filhinhos. Aceitou (quando em desdobramento, pelo sono) ser mãe de um reencarnando, destinado pelo Plano Espiritual para ser adotado por família, em cujo lar de idosos havia necessidade de haver reajuste.
JOAQUIM/239 (e) – Marido de Mariana. Também está doente...

 

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